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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Sniper Finlandês

Antes de tudo, vale a pena esclarecer que sniper nada mais é que o equivalente em inglês de franco-atirador. Assim, neste post, a palavra em português será mais utilizada.

Simo Häyhä, um finlandês nascido em 1905, é considerado o maior franco atirador da história, com mais de 500 mortes confirmadas num período de 100 dias de conflito. Este post é para que seja feita justiça.

Fonte da imagem: Wikipedia.

Três meses após o início da II Guerra Mundial, em 1939, a União Soviética invadiu a Finlândia com o objetivo de estabelecer controle sobre esse país nórdico. O nome dado a esse conflito é Guerra de Inverno.

Häyhä foi convocado pelo exército para defender seu país como franco-atirador estacionado na porção norte do Lago Ladoga. Para fazer isso, ele utilizou diversas técnicas para não ser localizado por seus inimigos. As encontradas em sites abertos são: (1) amassar a neve que ficava em frente a seus disparos, para que ela não fosse levantada quando ele atirasse; (2) colocava neve na boca para que o vapor de sua respiração não denunciasse sua posição; e (3) o mais impressionante, ele não usou mira telescópica em sua arma, pois o vidro poderia refletir o sol, o que mostraria a algum soldado inimigo aonde ele estava. Me desculpem por repetir isso, mas, o maior franco atirador da história não usava mira telescópica! É simplesmente assustador.

Oficialmente, são atribuídos a ele 542 assassinatos.

Seus feitos lhe atribuíram o apelido de Morte Branca e todo eslavo conhece bem esse apelido.

Mas, vamos lá: antes de começar as comparações, é preciso esclarecer que respeito os oficiais dos exércitos citados nesse texto. Meu problema é com o circo que Hollywood está fazendo para enaltecer um americano.

Estreou há pouco tempo nos cinemas o filme Sniper americano, que conta a história de Chrys Kyle, franco-atirador estadosunidense que  escreveu sua auto-biografia no livro American Sniper: The Autobiography of the Most Lethal Sniper in U.S. Military History (numa tradução livre, ficaria algo como: "Sniper americano: a auto-biografia do franco-atirador mais letal na história militar americana"). Em suas incursões no Iraque, que ocorreram entre 2003 e 2009, ele teve 150 assassinatos confirmados (seriam 255 no total).

Não que eu queira desmoralizar o cara, mas, antes de tudo, a incursão dos Estados Unidos no Iraque foi contra a resolução do Conselho de Segurança da ONU, ou seja, é ilegítima, e cada soldado americano carrega hoje muito equipamento, muita tecnologia. Assim, enquanto o Morte Branca estava defendendo o território do seu país com um único rifle, seu conhecimento de terreno e uma estratégia perfeita contra um exército muito maior e melhor financiado, as forças armadas americanas estão invadindo outro país e tocando o terror injustamente com tecnologia muito mais avançada do que a que os iraquianos têm acesso. E ainda fazem um filme sobre um soldado que se destaca!? Me desculpe, mas, pra mim, isso é propaganda do governo em seu mais puro aspecto.


Comicamente, Seth Rogen lembrou ao mundo que existe outro franco atirador que ganhou algum destaque nas telonas: aquele sniper do filme nazista que aparece em Bastardos Inglórios, de Quentim Tarantino. Será que a vida imita a arte ou a arte imita a vida?

Enquanto isso, Simo Häyhä passou sua vida como criador de cães e caçador de alces numa pequena vila da Finlândia, próxima da fronteira com a Rússia. Sem filmes.

Desculpe, sniper americano, eu prefiro muito mais a história de um Franco-Atirador Finlandês.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Redes sociais na formação de crianças e adolescentes - Parte 1

Porque falar sobre isso

“Por que, como professor, falar de redes sociais e jovens?” Essa foi a pergunta que me levou a pesquisar e escrever sobre o fenômeno das redes sociais na formação das nossas crianças e adolescentes.

Esse ambiente já está bastante integrado à rede, tanto que 86% dos usuários de internet possuem uma conta em alguma rede social (http://goo.gl/0Dqty2) e, além disso, e essa é a parte realmente importante, em 2013, 79% dos usuários de redes sociais foram crianças e adolescentes (http://goo.gl/e4YNCn). Dito isso, não seria obrigação dos professores desenvolver um maior entendimento em relação às redes sociais para guiar seus estudantes no bom uso dessa ferramenta? A resposta a essa pergunta, ao menos pra mim, é ‘sim’. Afinal, ninguém mais vai fazer isso e essa dúvida resume o que sinto ser minha responsabilidade.

Imagem tirada daqui.


Redes sociais


O surgimento e a popularização das redes sociais pode ser encarado como um fenômeno recente bastante interessante: gerou possibilidades distintas das existentes na área da comunicação, afinal, através do uso desse ambiente, qualquer pessoa pode gerar conteúdo que alcance um número razoável de expectadores. Além disso, caso o conteúdo gerado chame atenção, ele com certeza chegará a milhares de pessoas através de curtidas, compartilhamentos, retweets ou mensagens instantâneas.

Exposição pública


Levando em conta somente a possibilidade de qualquer um criar conteúdo, as redes sociais podem ser encarados como algo muito positivo. No entanto, não faltam exemplos de mau uso da internet que, muitas vezes, prejudicam a vida de pessoas que publicaram algo que não deveriam: em 2010, o jornalista Felipe Milanez, que trabalhava na ‘National Geographic’, perdeu o emprego por criticar a ‘Veja’ no Twitter, já que essas duas revistas são da mesma editora (http://goo.gl/j1tAo5); no mesmo ano, Alex Glikas, corintiano e um dos diretores da Locaweb, ofendeu o São Paulo Futebol Clube no Twitter durante um clássico entre seu time e o tricolor. Moral da história: Glikas perdeu o emprego, já que a Locaweb estava patrocinando o São Paulo durante o jogo (http://goo.gl/inFH5a); e, em 2012, a estudante de direito Mayara Petruso foi condenada pelo comentário preconceituoso que soltou, também no Twitter (http://goo.gl/XX0ciU).

Existem vários casos semelhantes e nenhum deles é muito difícil de encontrar: basta procurar em qualquer ferramenta de busca e podemos ler sobre as mais diferentes histórias de redes sociais atrapalhando a vida de alguém, seja por um comportamento infeliz da própria pessoa, seja por terceiros mal intencionados.

Assim, a meu ver, o grande problema da internet é que ela é um ambiente público. Talvez, isso em si não seja um problema, mas na medida em que não sabemos lidar com essa faceta da rede, acabamos nos colocando em maus lençóis.

Então, ao menos uma coisa tem que ficar clara para nossas crianças e adolescentes: praticamente todo conteúdo colocado na internet se torna público, ou seja, tudo que aparece aqui pode ser lido por qualquer pessoa com acesso.

Muitos podem até afirmar que isso não verdade, que existem grupos fechados no Facebook ou de chat no Whatsapp que impedem o acesso público à tudo que escrevemos ou enviamos. Pobre engano: muito do que é postado nesses grupos acaba aparecendo em outros canais da internet e, mais uma vez, exemplos não faltam: são fotos e conversas íntimas que vazam (http://goo.gl/YHg8my; http://goo.gl/Dh53Vy), vídeos de sexo (http://goo.gl/o4lnnE), enfim, toda e qualquer coisa que possamos pensar. Basta procurar.

Parece que as pessoas não conseguem ficar sem compartilhar tudo que encontram na web.

Como educadores, temos que alertar nossos estudantes para pensar melhor antes de cometer atos semelhantes e mais, temos que conhecer, também, as possibilidades que a internet traz e podem atrapalhar o desenvolvimento de nossas crianças e adolescentes.

Páginas citadas:

IBOPE: Número de usuários de redes sociais ultrapassa 46 milhões de brasileiros. Disponível em: http://www.ibope.com.br/pt-br/noticias/paginas/numero-de-usuarios-de-redes-sociais-ultrapassa-46-milhoes-de-brasileiros.aspx
FOLHA: Cresce presença de crianças e jovens nas redes sociais, diz pesquisa. Disponível em: http://maternar.blogfolha.uol.com.br/2014/08/06/cresce-presenca-de-criancas-e-jovens-nas-redes-sociais-diz-pesquisa/
PORTAL IMPRENSA: Jornalista é demitido da National Geographic por criticar Veja no Twitter. Disponível em: http://www.portalimprensa.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/05/11/imprensa35627.shtml
ÉPOCA: Mensagem no Twitter causa demissão de executivo da Locaweb. Disponível em: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI130181-16349,00-MENSAGEM+NO+TWITTER+CAUSA+DEMISSAO+DE+EXECUTIVO+DA+LOCAWEB.html
UOL: Justiça condena universitária por preconceito contra nordestinos no Twitter. Disponível em: http://tecnologia.uol.com.br/noticias/redacao/2012/05/16/justica-condena-universitaria-por-preconceito-contra-nordestinos-no-twitter.htm
EFAPMAIS: Jovem tem foto íntima vazada no WhatsApp. Disponível em: http://www.efapimais.com.br/efapimais/jovem-tem-foto-intima-vazada-no-whatsapp/
ANOTÍCIA: Conversa íntima entre professor e aluna de Joinville vaza na internet. Disponível em: http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2013/04/conversa-intima-entre-professor-e-aluna-de-joinville-vaza-na-internet-4122834.html
BHAZ: Jovem que teve vídeo de sexo compartilhado no WhatsApp agradece apoio de internautas. Disponível em: http://www.bhaz.com.br/jovem-video-sexo-compartilhado-whatsapp-agradece-apoio-internautas/